“Vestígio” de outro tempo eternizado em espetáculo
Conteúdo atualizado em2017/10/3014:56
Pouca é a obra como a do fotógrafo Georges Dussaud, que durante anos eternizou momentos irrepetíveis em Trás-os-Montes. Certo é que a arte da fotografia é exímia em imortalizar momentos que, apesar de tudo, não mais são do que vestígios sem voz. Porém, os instantes perpetuados por Georges Dussaud ganharam nova dimensão através do trabalho da coreógrafa Joana Providência que, no dia 28 de outubro, estreou em Bragança o espetáculo “Vestígio”, um trabalho baseado na obra do francês.
Numa coprodução entre os Teatros Municipais de Bragança, Vila Real e o ACE/Teatro do Bolhão, no Porto, o espetáculo trouxe a cena o vestígio de uma vida que já não existe e de uma memória que teima em desaparecer, perpetuada no trabalho fotográfico de Georges Dussaud.
No Centro de Fotografia de Bragança (que partilha o nome com o afamado fotógrafo francês), Joana Providência presenteou a meia centena de pessoas presentes com dois momentos marcantes, executados por 12 alunos da Universidade Sénior: “histórias com vida”, onde os artistas contavam, através de um megafone artesanal, em surdina, histórias de outro tempo aos visitantes de forma individual e, depois, uma apresentação intimista de outras curtas narrativas de antigamente.
Hernâni Dias, Presidente da Câmara Municipal de Bragança, considerou este como “um espetáculo extraordinário”. “Trata-se do retomar das memórias particulares de Trás-os-Montes, das nossas gentes, e isso tem muito valor”, comenta o Presidente, destacando o facto de “este espetáculo acontecer no âmbito do projeto Algures a Nordeste, fruto de uma candidatura ao programa Portugal 2020, o que demonstra o excelente aproveitamento destes fundos comunitários.”