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Município de Bragança avalia criação do CHNE
A Entidade Reguladora da Saúde, a pedido da Ministra da Saúde, solicitou a colaboração do Município de Bragança de modo a avaliar o impacto da criação do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) na prestação de cuidados de saúde prestados à população da sua área de influência.
Assim, são destacados, entre outros aspectos positivos, o desenvolvimento de projectos e programas de reorganização de serviços de acção médica, nomeadamente a concentração e especialização de Serviços, que, anteriormente, se repetiam pelos três Hospitais que integram o CHNE, evitando, assim, eventuais perdas de eficiência e de recursos financeiros.
Devido ao crescente envelhecimento populacional, foi sublinhada a importância da criação do Centro de Cirurgia do Ambulatório e da Unidade de Convalescença e Paliativos que são uma mais-valia para a melhoria da saúde da população do Nordeste Transmontano.
Relativamente às infra-estruturas da Unidade Hospitalar de Bragança, ressalva-se que não foram resolvidos, de uma forma global, os problemas e constrangimentos provocados pela existência de instalações exíguas e desajustadas à nova realidade dos cuidados de saúde, dificultando a sua prestação com qualidade, eficiência, em tempo útil e com a dignidade que os utentes merecem.
Embora essa seja a Sede Social da Instituição e concentre mais de metade de produção do CHNE, é, das três, a que apresenta piores condições de conforto, segurança, privacidade e atendimento para os utentes, nomeadamente nos Serviços do Bloco Operatório, Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica e Internamento.
Recorde-se que, em 2004, o Ministro da Saúde, Dr. Luís Filipe Pereira, anunciou que, até ao final de 2006, seriam concretizadas obras estruturais no então Hospital Distrital de Bragança, no valor global de 40 milhões de euros. Um projecto que acabou por não se concretizar, por decisão do actual Governo.
No entanto, sem critérios de equidade e solidariedade para com o povo do nordeste transmontano, o Ministério da Saúde aprovou um programa para a construção de 12 novos hospitais até 2013, com um investimento global de mais de 1,3 mil milhões de euros. Só na Região Norte, destaca-se a construção dos Hospitais de Lamego, Amarante, Barcelos e Fafe, de capitais exclusivamente públicos, cujo investimento se aproxima dos 200 milhões de euros.
Assim, e uma vez mais, esta região e os cidadãos Nordestinos foram gravemente penalizados, sendo inaceitável que os utentes da Unidade Hospitalar de Bragança não tenham iguais condições de conforto, segurança e atendimento, comparativamente aos cidadãos residentes noutras regiões do País.
Por outro lado, perante a escassez de médicos e a dificuldade na sua contratação, a opinião é a de que, caso a Unidade Hospitalar de Bragança tivesse evoluído física e tecnologicamente, poderia ser um importante incentivo aquando da contratação de novos profissionais.
A manter-se o actual cenário, de degradação das instalações e dos recursos tecnológicos, a classe médica continuará a preferir os Hospitais do Litoral para desempenhar a sua actividade profissional, dispondo de melhores condições infra-estruturais e equipamentos sofisticados para a prestação de cuidados de saúde de excelência. Segundo os últimos dados do INE, em 2008, o rácio de médicos por mil habitantes da área de influência do CHNE era de 0,81, valor abaixo da Região Norte que apresentava, em média, 1,8 médicos por mil habitantes, enquanto que o Continente apresentava 2,0 médicos por mil habitantes.
Por último, e como consequência dos factores supra referidos, os cidadãos do Distrito de Bragança, caso necessitem, por exemplo, de uma consulta de Dermatologia, têm que se deslocar ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, enquanto que para a realização de determinados exames terão que ser encaminhados para os Hospitais do Porto.