Quase um quinto da população de Bragança sem médico de família
Conteúdo atualizado em2022/05/0409:32
6 800 pessoas do concelho de Bragança encontram-se, atualmente, sem médico de família, o que representa 20 por cento da população. Carência que poderia ser colmatada com a contratação de, pelo menos, quatro novos médicos.
Uma realidade que preocupa o Executivo Municipal, sobretudo quando é sabido que, em 2022, 22 especialistas em Medicina Geral e Familiar da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) atingem a idade de reforma e, em 2023, mais oito médicos.
Trata-se, claramente e na perspetiva do Município de Bragança, de um desinvestimento na área da saúde por parte do Governo, contrariando as promessas feitas, em 2016, pelo Primeiro-ministro, António Costa, que garantiu que todos os portugueses teriam, em 2017, médico de família. Ainda no início deste ano, falou que a solução passaria pela criação de incentivos para a localização de especialistas em Medicina Geral e Familiar nas zonas mais carenciadas do País.
Em Bragança, à semelhança daquilo que tem acontecido em outras áreas, as promessas de investimento do Governo não se concretizam, tendo-se, mesmo, verificado precisamente o contrário na ULSNE, onde os especialistas em Medicina Geral e Familiar que se reformam não são substituídos por novos clínicos.
Uma situação que assume proporções e uma gravidade ainda maiores quando é sabido que, devido à pandemia, muitos procedimentos e consultas ficaram por realizar e terão que ser efetuados com a maior brevidade possível, sob pena de representar sérios riscos para a saúde da população de todo o distrito.