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Tradições musicais e gastronómicas em exposição

Música e gastronomia. Saberes, diversão, sabores e tradição. Duas salas completamente distintas. Duas exposições que recordam o percurso de 20 anos dos Galandum Galundaina e que revelam um pouco mais sobre a tradição dos cuscos.
Patentes no Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, as exposições "Galandum Galundaina - 20 anos" e “Cá se fazem cuscos!”, foram inauguradas no dia 10 de fevereiro e podem ser visitadas até 8 de abril.
A Sala Luís de Camões acolhe a exposição "Galandum Galundaina - 20 anos" que faz uma retrospetiva dos 20 anos de existência deste grupo de música tradicional mirandesa criado em 1996 com o objetivo de recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda e que ao longo do percurso existencial se tem afirmado cada vez mais como um grupo do Nordeste Transmontano pela ligação que faz entre a antiga geração de músicos e a geração mais jovem, assegurando a continuidade da rica tradição cultural desta região, que durante anos correu o risco de se perder.
Instrumentos tocados pelos elementos do grupo, prémios e condecorações, cartazes de vários espetáculos em que participou, vídeo dos 20 anos e ouvir os quatro álbuns editados, entre outros elementos expositivos, estão ao dispor dos visitantes.
A exposição “Cá se fazem cuscos!”, patente na Sala Miguel de Cervantes, percorre um pouco da história dos “cuscos”, revelando a importância do seu consumo no contexto nacional particularmente no período quinhentista em que é vulgarmente consumido por todas as classes sociais, a sua sobrevivência em Trás-os-Montes, particularmente em localidades do distrito de Bragança e a sua presença até aos nossos dias, na importância, para a região da produção e consumo de cereais, até ao século passado, base da alimentação, em contraste com a ausência da produção de arroz e a chegada tardia do cultivo de batata a este território.
Nesta exposição poderão ser vistos alguns exemplares de “cuscuzeiras”, principalmente as feitas em barro que nos ligam à produção oleira de Pinela, onde muitos destes objetos seriam produzidos em barro pelas famosas “louceiras”.
Além dos objetos de cozinha que entram na confeção de cuscos, esta exposição exibe também um filme e uma série de fotografias que documentam passo a passo o modo de fazer “os cuscos” e contextualizam a existência deste prato nas cozinhas familiares de algumas aldeias de Bragança.
Esta exposição decorre de um trabalho de pesquisa no âmbito da elaboração da proposta de inscrição do processo de confeção de cuscos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial pelo Município de Bragança.