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Terras de Sefarad - Encontros de Culturas Judaico-Sefardita

Em pleno século XXI, o inegável contributo histórico e cultural dos judeus portugueses acentua a necessidade de recuperar memórias e de preservar uma identidade de mais de dois mil anos, remetendo para o futuro o património material e imaterial desta herança.
Com o propósito de dinamizar a investigação, de preservar e de partilhar essa identidade religiosa e cultural, Bragança acolhe, de 15 a 18 de junho, o “Terra(s) de Sefarad: Encontros de Culturas Judaico-Sefarditas”.
Este evento internacional conta com um programa diversificado que integra um congresso, exposições, concertos, cinema e muitas outras atividades, contando já com a presença de vários nomes de referência, destacando-se Yasmin Levy, a mais conhecida e celebrada voz da música sefardita contemporânea.
Para além de sensibilizar o turismo cultural e religioso judaico, nacional e internacional, salientando a importância da cultura sefardita, este evento procura também recolocar Bragança nas rotas internacionais, especialmente através da proximidade a Espanha, dando uma tónica significativa à vasta região do norte peninsular, materializando a própria cultura e identidade sefardita, onde este qualificativo se refere, não apenas a Portugal, mas a toda a identidade judaica oriunda da Península Ibérica.
A herança sefardita em Bragança
Dando corpo ao facto de Bragança ser o centro de uma região incontornável para se compreender o património e a herança judaica em Portugal, possui agora dois espaços culturais que refletem e valorizam essa memória: o Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano e o Memorial e Centro de Documentação – Bragança Sefardita, ambos situados na Rua Abílio Beça, a já reconhecida “Rua dos Museus”.
O primeiro, com o projecto de arquitectura assinado por Eduardo Souto Moura, integra a história da cultura sefardita do Nordeste Transmontano e conta com a investigação da Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste» da Universidade de Lisboa e a museografia da Ideias Emergentes.
O Memorial e Centro de Documentação – Bragança Sefardita, com arquitetura de Susana Milão e Eurico Salgado, em parceria com a Rede de Judiarias de Portugal – Rotas de Sefarad, acresce com uma abordagem mista, material e virtual. O visitante é acolhido numa sinagoga, mostrando-se didaticamente a dimensão religiosa. O lugar da mulher, os ritos e as festas têm espaço consagrado nos restantes pisos, procurando-se sempre entender a dimensão da vida sefardita na cidade de Bragança.
Enquadramento histórico
Desde a Idade Média que documentalmente temos provas da importante dimensão económica e cultural da comunidade judaica de Bragança. Esta cidade foi ainda importante aquando da expulsão dos judeus de Castela e Aragão em 1492, localizando-se aqui uma das cinco fronteiras definidas por D. João II para a recepção dos refugiados.
Durante séculos, mesmo após a conversão forçada e a instalação da Inquisição, as comunidades judaicas da região transmontana dinamizaram o crescimento económico e o ambiente social da cidade de forma hoje inesperada. Fábricas de seda, trabalho de curtumes, diversas atividades artesanais e lojas comerciais davam corpo a uma economia em que Bragança era um centro económico e financeiro significativo no contexto peninsular.
Com a passagem ao tempo dos cristãos-novos, Bragança tornou-se, durante séculos um dos esteios nacionais de uma peculiar realidade de cripto-judaismo; o marranismo português despontou não só na cidade como no distrito. Já no século XX, a partir de 1925, foi recriada a comunidade judaica em Bragança tendo como base cripto-judeus da cidade.
Mais em http://terrasdesefarad.com/